segunda-feira, 21 de outubro de 2013

EDUCAÇÃO COMEÇA EM CASA

Muito se fala, não é de hoje, do comportamento da juventude nas escolas. Das dificuldades encontradas por professores em gerenciar o comportamento do alunado nas salas de aula, por variados motivos. Por exemplo, pela falta de respeito pelo mestre que acredita em seu ofício exercido cotidianamente, muitas vezes com muito gosto. Mas atropelado,  pela volúpia de meninos e meninas, de rapazes e de moças que são filhos de uma geração que vivenciou muitas transformações e em nome de suas experiências vem conduzindo a educação de seus filhos, em meio a uma realidade repleta de desafios.
                  A era da mídia e da internet levam os adolescentes a uma excitação contínua face a um volume assustador de tanta informação que brota em cada lugar: na TV, nos jornais, em revistas, na web, nas trocas com os amigos.
                  As crianças desde cedo são expostas a um sem número de informações, que as levam sem perceber, a amadurecer abruptamente, sem ter tempo o suficiente de curtir devagarzinho o que cada parte da infância e da adolescência demanda. É um corre e corre incessante em nome não sei do que.
                  O poder da disseminação de informações gerados pela a globalização, chegou arrasando quarteirões. Não é de hoje. Cabe a nós educadores, pais, mães, avós, tios, padrinhos, amigos, procurar acompanhar de perto e com muita propriedade o dia-a-dia de uma geração que interage com um mundo que é comandado por uma quantidade de dados desmedida.
                  Aonde está o tão estimulante hábito da leitura, pergunto eu? Desde que o mundo é mundo, o fascínio exercido pelos textos, em forma de livros tem sido perdido pela velocidade com que as informações invadem os nossos lares, a mente de quem os recebe, muitas vezes subliminarmente ao marketing que a vida de hoje encontra-se embebida.
                  Não adianta lutarmos contra uma máquina avassaladora, que é claro, tem muitas qualidades. Temos que nos acostumar a nova era, procurando concomitantemente, resgatar valores que tem sido perdido diante de tanta novidade.
                  Acompanhar a velocidade do aparato tecnológico que os dias de hoje estão embebidos, requer não apenas verba, mas também e principalmente clareza para discernir dentre um volume exacerbado  de informações, o que é realmente essencial, à formação do caráter dos nossos meninos e meninas que serão os futuros dirigentes da nação.
                  O amor, essencial a todos nós, desde o útero materno, tem sido colocado em segundo plano, em nome da correria desenfreada que a vida da atualidade demanda.                   Fica um empurra empurra da educação dos filhos. Os pais a reclamarem da escola, que por sua vez conclama uma participação mais efetiva dos pais no estabelecimento do que é minimamente necessário: o acompanhamento cotidiano e a orientação do que é "certo" e do que é "errado desde", desde o acordar até o dormir dos filhos.
                  A vida profissional dos pais, não pode e nem deve ser empurrada ladeira abaixo, pelo menos por dois motivos. Um deles: ninguém vive de brisa. O salário no inicio de cada mês é necessário para dar conta, das contas que batem a porta de cada cidadão. Segundo, a realização dos que além de ser pais, são seres que tem desejos genuínos de se colocarem no mundo como seres atuantes de uma engrenagem excitante, não pode e nem deve que ser deixada de lado.
                  Como coadunar dois papeis que são tão fundamentais a cada um de nós? É claro que não há fórmulas a serem seguidas. Cada família tem características próprias. Tem um código que permeia a sua existência, que varia de lar para lar. Mas, não é por causa disso que vamos fechar os olhos para a nossa responsabilidade de pai e de mãe. Dê professor e professora.
                  Não podemos nos deixar ser engolidos pela pressa que a vida de hoje grita em alta voz.
                  A qualidade das relações são pedras basilares na formação da personalidade de nossos filhos. Dependendo da nossa postura, pode ser que, sem nos darmos conta, venhamos a criar máquinas de reprodução de paradigmas, ocos de emoções.
                  Vai aqui uma proposta de reflexão: será que estamos nos doando de coração à família que constituímos? Ou estamos  nos deixando levar, por uma onda gigante, por tissunames, que arrebentam cidades e vidas, que abruptamente precisam ser reconstituídas com um enorme esforço conjunto?
                  Pais e mães, desdobram-se sobre numa busca desenfreada de reunir condições de oferecer a seus filhos, muitas vezes o que não tiveram, por contingências da vida. Mas, esquecem-se de que o mais essencial é o carinho percebido e demandado pelos filhos, é a qualidade das horas em que passam juntos em cada dia. É a necessidade que crianças e adolescentes clamam do estabelecer de limites, sem os quais se perdem mais facilmente em função de tanta confusão a que estão expostos.
                  É bem verdade que a teoria na prática é outra, mas se não paramos para analisar o que fazemos com nossas vidas e com a de quem nos é caro, quem fará isso por nós?
                  Sobreviver, sobrevivemos a vária intempéries, mas se pudermos tentar lapidar as nossas atitudes, cada um dentro das suas possibilidades, estaremos contribuindo com um viver mais profícuo, disseminando através de nossas atitudes qualidade de vida, que as vezes é produto escasso no mercado.
                  Aos professores o que lhes é de direito e de dever, aos pais o mesmo. Aos nossos filhos todo o respeito e um carinho desmedido, no meu ponto de vista, fator determinante de futuro bem vindo.