sexta-feira, 22 de abril de 2016

O CONHECIMENTO. ALUNOS 2º ANOS A-B-C ESCOLA DIVA HEUGUENEY

O CONHECIMENTO ALUNOS DO 2º ANO A; B; C (DA ESCOLA DIVA HEUGUENEY)
FILOSOFIA.
O conhecimento é um conjunto de informação armazenada por intermédio da experiência ou da aprendizagem (a posteriori), o através da introspecção (a priori). No sentido mais lato do termo, trata-se da posse de múltiplos dados inter-relacionados que, por si só, têm um menor valor qualitativo.
Para o filósofo grego Platão, o conhecimento é aquilo que é necessariamente verdadeiro (episteme). Por sua vez, a crença e a opinião ignoram a realidade das coisas, pelo que fazem parte do âmbito do provável e do aparente.
O conhecimento deve a sua origem à percepção sensorial, seguindo-se o entendimento e acabando, por fim, na razão. Diz-se que o conhecimento é uma relação entre um sujeito e um objeto. O processo do conhecimento envolve quatro elementos: sujeito, objeto, operação e representação interna (o processo cognoscitivo).
A ciência considera que, para alcançar o conhecimento, é necessário seguir um método. O conhecimento científico não só deve ser válido e consistente do ponto de vista lógico, como também deve ser provado através do método científico ou experimental.
A forma sistemática de criar conhecimento tem duas etapas: a pesquisa básica, durante a qual se avança na teoria; e a pesquisa aplicada, durante a qual se aplica a informação.
Sempre que o conhecimento se pode transmitir de um sujeito para outro através de uma comunicação formal, fala-se de conhecimento explícito. No entanto, se o conhecimento for difícil de comunicar e se se relacionar com experiências pessoais ou com modelos mentais, fala-se então de conhecimento implícito.
Conhecimento é o ato ou efeito de conhecer algo. Também pode ser uma informação que possa ser adquirida, como uma instrução.
O significado de conhecimento tem origem no latim cognoscereque significar saber e pode ser dividido em fases como: hipóteses, conceitos, teorias, entre outros.
Conceitos de Conhecimento
Os conceitos de conhecimento estão ligados a informação e o que se pode extrair dela. A partir da identificação de dados e o entendimento de seus significados pode-se gerar o conhecimento, como uma informação que tem algum tipo de utilidade.
Alguns exemplos de conhecimento são:  o conhecimento das leis; conhecimento de determinado fato; um recibo ou nota em que se verifica o aceite de determinado produto ou serviço; conhecimento adquirido através de estudo ou experiência; autoconhecimento, entre outros.
O conhecimento se baseia no sujeito, aquele que é capaz de aprender e no objeto que é aquilo que se pode conhecer.
Tipos de Conhecimento
Os tipos de conhecimento são: o conhecimento sensorial, que é aquele comum entre seres humanos e animais; o conhecimento intelectual, que é aquele baseado no raciocínio; o conhecimento popular ou conhecimento empírico, que vem da tradição; o conhecimento científico, baseado em estudos e provas; o conhecimento filosófico, surge da discussão de ideias e o conhecimento teológico vem da crença em alguma religião.
Conhecimento na Pedagogia
Dentro da pedagogia, o conhecimento atua como condutor do aprendizado, facilitando o entendimento e fixação de conceitos, teorias, de tudo que se pode aprender.
Conhecimento empírico
O conhecimento empírico é baseado na tentativa e erro, no conhecimento adquirido no dia-a-dia, empírico significa através da observação.
Conhecimento científico
É o Conhecimento baseado na realidade, onde conceitos são postos a prova, e não somente na razão como no conhecimento filosófico ou na observação como no conhecimento empírico.
Auto Conhecimento e Sabedoria
Na filosofia o autoconhecimento traduz a necessidade de o indivíduo ter conhecimento sobre si e quando esse indivíduo adquire uma grande quantidade de conhecimento pode-se dizer que ele é dotado de sabedoria.
O ato de conhecer
  Teoria do conhecimento => campo que abarca as questões sobre o conhecer.
  Conhecimento => modo pelo qual o sujeito se apropria intelectualmente do objeto
  Ato – relação sujeito e objeto.
  Produto – resultado do acumulado.
2. Os modos de conhecer
  Intuição – conhecimento imediato
  Empírica – baseada na experiência
  Sensível – sentidos.
  Psicológica – sentimentos.
  Inventiva – inspiração.
  Intelectual – intuição primeira
  Conhecimento discursivo – conhecimento mediato => conceito ou idéias gerais => juízos e raciocínios => demonstração e conclusões.
3. A verdade
  Veracidade
  Veraz (não mente)
  Verdade / mentira
  realidade
  verdadeiro / falso
  Realidade (depende do juízo)
4. Podemos alcançar a certeza?
  Dogmatismo
  Senso comum: certezas não questionadas.
  Filosófico: a razão pode alcançar a certeza absoluta – René Descartes.
  Ceticismo
 Não há possibilidade de conhecimento – Gorgias (ser – pensar – dizer).
  Moderado: é impossível encontrar certezas, mas não se deve abandonar a busca da verdade.
  Pirro de Élida
  Suspensão do juízo.
  Não se pode discernir verdadeiro do falso.
  Michel de Montaigne
  Valorização da subjetividade.
  A consciência prefere a dúvida à certeza.
 David Hume
  Nossas certezas são probabilidades.
  Immanuel Kant
  Só conhecemos os fenômenos.
5. Teorias sobre a verdade
  Evidência como critério da verdade
  Aristóteles – “é verdadeira a proposição que corresponde a um fato da realidade”.
  Racionalismo – há um mundo objetivo a ser desvendado pela razão
  Mestres da suspeita – termo cunhado por Paul Ricoeur para designar Marx, Nietzsche e Freud por suspeitarem das ilusões da consciência.
  Marx: a ideologia
  Conhecimento ilusório (manter a verdade do dominante)
  Nietzsche: o critério da vida
  Instintos – valores são racionais
  Freud: o inconsciente
  A busca da verdade velada
  Desejos
  Há desdobramentos posteriores.
6. A verdade como horizonte
  Aceitar o movimento contínuo entre certeza e incerteza.
  A verdade continua como propósito humano necessário e vital, que exige a liberdade de pensamento e o diálogo, para que os indivíduos compartilhem as interpretações possíveis do real.





O CONHECIMENTO 3º ANOS A;B ESCOLA DIVA HEUGUENEY

PARA ALUNOS DE FILOSOFI DO 3º ANO ENSINO MÉDIO ESCOLA DIVA HEUGUENEY.

O QUE PODEMOS CONHECER?
Qual o processo do conhecer?
Buscamos discutir esse tema de forma que nos ajude buscar meios concretos de entender as formas de conhecimento e sua estrutura dentro dos estudos de Filosofia. Em nossas aulas vamos nos ater a alguns aspectos aqui tratados.
A realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento.
Desde a Antiguidade, até os dias de hoje, um lavrador, mesmo iletrado e/ou desprovido de outros conhecimentos, sabe o momento certo da semeadura, a época da colheita, tipo de solo adequado para diferentes culturas. Todos são exemplos do conhecimento que é acumulado pelo homem, na sua interação com a natureza.
Conhecimento faz do ser humano um ser diverso dos demais, na medida em que lhe possibilita fugir da submissão à natureza. A ação dos animais na natureza é biologicamente determinada, por mais sofisticadas que possam ser, por exemplo, a casa do joão-de-barro ou a organização de uma colmeia, isso leva em conta apenas a sobrevivência da espécie.
O homem atua na natureza não somente em relação às necessidades de sobrevivência, (ou apenas de forma biologicamente determinada) mas se dá principalmente pela incorporação de experiências e conhecimentos produzidos e transmitidos de geração a geração, através da educação e da cultura, isso permite que a nova geração não volte ao ponto de partida da que a precedeu. Ao atuar o homem imprime sua marca na natureza, torna-a humanizada. E à medida que a domina e transforma, também amplia ou desenvolve suas próprias necessidades. Um dos melhores exemplos desta atuação são as cidades.
ConhecimentoO Conhecimento só é perceptível através da existência de três elementos: o sujeito cognoscente (que conhece) o objeto (conhecido) e a imagem. O sujeito é quem irá deter o conhecimento o objeto é aquilo que será conhecido, e a imagem é a interpretação do objeto pelo sujeito. Neste momento, o sujeito apropria-se, de certo modo do objeto. “O conhecimento apresenta-se como uma transferência das propriedades do objeto para o sujeito”. (Ruiz, João. Metodologia científica).
O conhecimento leva o homem a apropriar-se da realidade e, ao mesmo tempo a penetrar nela, essa posse confere-nos a grande vantagem de nos tornar mais aptos para a ação consciente. A ignorância tolhe as possibilidades de avanço para melhor, mantém-nos prisioneiros das circunstâncias. O conhecimento tem o poder de transformar a opacidade da realidade em caminho iluminada, de tal forma que nos permite agir com certeza, segurança e precisão, com menos riscos e menos perigos.
Mas a realidade não se deixa revelar facilmente. Ela é constituída de numerosos níveis e estruturas, de um mesmo objeto podemos obter conhecimento da realidade em diversos níveis distintos. Utilizando-se do exemplo de Cervo & Bervian no livro Metodologia Científica, “com relação ao homem”, pode-se considerá-lo em seu aspecto eterno e aparente e dizer uma série de coisas que o bom senso dita ou a experiência cotidiana ensinou; pode-se, também, estudá-lo com espírito mais sério, investigando experimentalmente as relações existentes entre certos órgãos e suas funções; pode-se, ainda, questioná-lo quanto à sua origem, sua realidade e destino e, finalmente, investigar o que dele foi dito por Deus através dos profetas e de seu Enviado Jesus Cristo.
Em outras palavras, a realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento.
Tem-se, então, os diferentes tipos de conhecimento:
  • Conhecimento Empírico.
  • Conhecimento Científico.
  • Conhecimento Filosófico.
  • Conhecimento Teológico.
Conhecimento Empírico
Popular ou vulgar é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres humanos, as informações são assimiladas por tradição, experiências causais, ingênuas, é caracterizado pela aceitação passiva, sendo mais sujeito ao erro nas deduções e prognósticos. “É o saber que preenche nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado, sem aplicação de método e sem se haver refletido sobre algo” (Babini, 1957:21). O homem, ciente de suas ações e do seu contexto, apropria-se de experiências próprias e alheias acumuladas no decorrer do tempo, obtendo conclusões sobre a “razão de ser das coisas”. É, portanto superficial, sensitivo, subjetivo, Assis temático e acrítico.
Conhecimento Científico
O conhecimento científico vai além da visão empírica, preocupa-se não só com os efeitos, mas principalmente com as causas e leis que o motivaram, esta nova percepção do conhecimento se deu de forma lenta e gradual, evoluindo de um conceito que era entendido como um sistema de proposições rigorosamente demonstradas e imutáveis, para um processo contínuo de construção, onde não existe o pronto e o definitivo, “é uma busca constante de explicações e soluções e a reavaliação de seus resultados”. Este conceito ganhou força a partir do século XVI com Copérnico, Bacon, Galileu, Descartes e outros.
No seu conceito teórico, é tratado como um saber ordenado e lógico que possibilita a formação de ideias, num processo complexo de pesquisa, análise e síntese, de maneira que as afirmações que não podem ser comprovadas são descartadas do âmbito da ciência. Este conhecimento é privilégio de especialistas das diversas áreas das ciências.
Conhecimento Filosófico
É o conhecimento que se baseia no filosofar, na interrogação como instrumento para decifrar elementos imperceptíveis aos sentidos, é uma busca partindo do material para o universal, exige um método racional, diferente do método experimental (científico), levando em conta os diferentes objetos de estudo.
Emergente da experiência, “suas hipóteses assim como seus postulados, não poderão ser submetidos ao decisivo teste da observação”. O objeto de análise da filosofia são ideias, relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que é exigida pelo conhecimento científico. Hoje, os filósofos, além das questões metafísicas tradicionais, formulam novas questões: A máquina substituirá quase totalmente o homem? A clonagem humana será uma prática aceita universalmente? O conhecimento tecnológico é um benefício para o homem? Quando chegará a vez do combate à fome e à miséria? Etc.
Conhecimento Teológico
Conhecimento adquirido a partir da aceitação de axiomas da fé teológica, é fruto da revelação da divindade, por meio de indivíduos inspirados que apresentam respostas aos mistérios que permeiam a mente humana, “pode ser dados da vida futura, da natureza e da existência do absoluto”.
“A incumbência do Teólogo é provar a existência de Deus e que os textos Bíblicos foram escritos mediante inspiração Divina, devendo por isso ser realmente aceitos como verdades absolutas e incontestáveis.” Hoje diferentemente do passado histórico, a ciência não se permite ser subjugada a influências de doutrinas da fé: e quem está procurando rever seus dogmas e reformulá-los para não se opor a mentalidade científica do homem contemporâneo é a Teologia”. (João Ruiz) Isso, porém é discutível, pois não há nada mais perfeito que a harmonia e o equilíbrio do UNIVERSO, que de qualquer modo está no conhecimento da humanidade, embora esta não tenham mãos que possa apalpá-lo ou olhos que possam divisar seu horizonte infinito… A fé não é cega baseia-se em experiências espirituais, históricas, arqueológicas e coletivas que lhes dá sustentação. O conhecimento pode Ter função de libertação ou de opressão. O conhecimento pode ser libertador não só de indivíduos como de grupos humanos. Nos dias atuais, a detenção do conhecimento é um tipo de poder disputado entre as nações. Contudo o conhecimento pode ser usado como mecanismo de opressão. Quantas pessoas e nações se utilizam do conhecimento que detêm para oprimir?
Para discutir estas questões recém citadas, vê-se a necessidade de instituirmos um novo paradigma para discussão do conhecimento, o conhecimento moderno, entende-se por conhecimento moderno, a discussão em torno do conhecimento. É a capacidade de questionar, avaliar parâmetros de toda a história e reconstruir, inovar e intervir. É válido, que além de discutir os paradigmas do conhecimento, é necessário avaliar o problema específico do questionamento científico, fonte imorredoura da inovação, tornada hoje obsessiva. No entanto, a competência inovadora sem precedentes, pode estar muito mais a serviço da exclusão, do que da cidadania solidária e da emancipação humana. O fato de o mercado neoliberal estar se dando muito bem com o conhecimento, tem afastado a escola e a universidade das coisas concretas da vida.
O questionamento sempre foi à alavanca crucial do conhecimento, sendo que para mudar alguma coisa é imprescindível desfazê-la em parte ou, com parâmetros, desfazê-la totalmente. A lógica do questionar leva a uma coerência temerária de a tudo desfazer para inovar. Como exemplo a informática, onde cada computador novo é feito para ser jogado fora, literalmente morre de véspera e não sendo possível imaginar um computador final, eterno. E é neste foco que se nos apegarmos a estagnação, também iremos para o lixo. Podemos então afirmar a reconstrução provisória dentro do ponto de vista desconstrutivo, pois tudo que existe hoje será objeto de questionamento, e quem sabe mudanças. O questionamento é assim passível de ser questionado, quando cria um ambiente desfavorável ao homem e à natureza.
É importante conciliarmos o conhecimento com outras virtudes essenciais para o saber humano, como a sensibilidade popular, bom senso, sabedoria, experiência de vida, ética etc. Conhecer é comunicar-se, interagir com diferentes perspectivas e modos de compreensão, inovando e modificando a realidade.
A relação entre conhecimento e democracia, modernamente, caracteriza-se como uma relação intrínseca, o poder do conhecimento se impõe através de várias formas de dominação: econômica, política, social etc. A diferença entre pobres e ricos, é determinada pelo fato de se deter ou não conhecimento, já que o acesso à renda define as chances das pessoas e sociedades, cada vez mais, estas chances serão definidas pelo acesso ao conhecimento. Convencionou-se que em liderança política é indispensável nível superior. E no topo da pirâmide social encontramos o conhecimento como o fator diferencial.
É inimaginável o progresso técnico que o conhecimento pode nos proporcionar, como é facilmente imaginável o risco da destruição total. Para equalizar esta distorção, o preço maior é a dificuldade de arrumar a felicidade que, parceira da sabedoria e do bom senso é muitas vezes desestabilizada pela soberba do conhecimento.
De forma geral podemos dizer que o conhecimento é o distintivo principal do ser humano, são virtude e método central de análise e intervenção da realidade. Também é ideologia com base científica a serviço da elite e/ ou da corporação dos cientistas, quando isenta de valores. E finalmente pode ser a perversidade do ser humano, quando é feito e usado para fins de destruição.
Teoria do Conhecimento
A teoria do conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. Às vezes o termo é usado ainda como sinônimo de epistemologia, o que não é exato, pois a mesma é mais ampla, abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto que a epistemologia limita-se ao estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso mesmo chamada de filosofia da ciência.
A necessidade de procurar explicar o mundo dando-lhe um sentido e descobrindo lhe as leis ocultas é tão antiga como o próprio Homem, que tem recorrido para isso quer ao auxílio da magia, do mito e da religião, quer, mais recentemente, à contribuição da ciência e da tecnologia.
Mas é sobretudo nos últimos séculos da nossa História, que se tem dado a importância crescente aos domínios do conhecimento e da ciência. E se é certo que a preocupação com este tipo de questões remonta já à Grécia antiga, é porém a partir do séc. XVIII que a palavra ciência adquire um sentido mais preciso e mais próximo daquele que hoje lhe damos.
É também sobretudo a partir desta época que as implicações da atividade científica na nossa vida quotidiana se têm tornado tão evidentes, que não lhe podemos ficar indiferentes. O que é conhecimento, como se adquire, o que temos implícito quando dizemos que conhecemos determinado assunto, em que consiste a prática científica, que relação existe entre o conhecimento científico e o mundo real, quais as consequências práticas e éticas das descobertas científicas, são alguns dos problemas com que nos deparamos frequentemente.
Diante desses questionamentos, este trabalho pretende fazer um apanhado geral acerca da Teoria do Conhecimento, suas correntes e representantes, de modo que se torne mais fácil a sua compreensão.
Conceito
teoria do conhecimento, se interessa pela investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético?
Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia. Mas, primordialmente na era moderna, a partir do século XVII em diante – como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Jonh Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna – é que ela tem ocupado um plano central na filosofia.
Basicamente é conceituada como o estudo de assuntos que outras ciências não conseguem responder e se divide em quatro partes, sendo que três delas possuem correntes que tentam explica-las: I – O conhecimento como problema, II – Origem do Conhecimento e III – Essência do Conhecimento e IV – Possibilidade do Conhecimento.
Empirismo
“O empirismo pode ser definido como a asserção de que todo conhecimento sintético é baseado na experiência.” (Bertrand Russell).
Conceitua-se empirismo, como a corrente de pensamento que sustenta que a experiência sensorial é a origem única ou fundamental do conhecimento.
Originário da Grécia Antiga, o empirismo foi reformulado através do tempo na Idade Média e Moderna, assumindo várias manifestações e atitudes, tornando-se notável as distinções e divergências existentes. Porém, é notório que existem características fundamentais, sem as quais se perde a essência do empirismo e a qual, todos os autores conservam, que é a tese de que todo e qualquer conhecimento sintético haure sua origem na experiência e só é válido quando verificado por fatos metodicamente observados, ou se reduz a verdades já fundadas no processo de pesquisa dos dados do real, embora, sua validade lógica possa transcender o plano dos fatos observados.
Como já foi dito anteriormente, existe no empirismo divergência de pensamentos, e é exatamente esse aspecto que abordaremos a seguir. São três, as linhas empíricas, sendo elas: a integral, a moderada e a científica.
O empirismo integral reduz todos os conhecimentos – inclusive os matemáticos – à fonte empírica, àquilo que é produto de contato direto e imediato com a experiência. Quando a redução é feita à mera experiência sensível, temos o sensismo (ou sensualismo). É o caso de John Stuart Mill, que na obra Sistema da Lógica diz que todos os conhecimentos científicos resultam de processos indutivos, não constituindo exceção as verdades matemáticas, que seriam resultado de generalizações a partir de dados da experiência. Ele apresenta a indução como único método científico e afirma que nela resolvem-se tanto o silogismo quanto os axiomas matemáticos.
Racionalismo
É a corrente que assevera o papel preponderante da razão no processo cognoscitivo, pois, os fatos não são fontes de todos os conhecimentos e não nos oferecem condições de “certeza”.
Um dos grandes representantes do racionalismo, Gottfried Leibniz, afirma em sua obra Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano, que nem todas as verdades são verdades de fato; ao lado delas, existem as verdades de razão, que são aquelas inerentes ao próprio pensamento humano e dotadas de universalidade e certeza (como por exemplo, os princípios de identidade e de razão suficiente), enquanto as verdades de fato são contingentes e particulares, implicando sempre a possibilidade de correção, sendo válidas dentro de limites determinados.
Ainda retratando o pensamento racionalista, encontramos Reneé Descartes, adepto do inatismo, que afirma que somos todos possuidores, enquanto seres pensantes, de uma série de princípios evidentes, ideias inatas, que servem de fundamento lógico a todos os elementos com que nos enriquecem a percepção e a representação, ou seja, para ele, o racionalismo se preocupa com a ideia fundante que a razão por si mesma logra atingir.
Esses dois pensadores podem ser classificados como representantes do racionalismo ontológico, que consiste em entender a realidade como racional, ou em racionalizar o real, de maneira que a explicação conceitual mais simples, se tenha em conta da mais simples e segura explicação da realidade.
Existe também uma outra linha racionalista, originada de Aristóteles, denominada intelectualismo, que reconhece a existência de “verdades de razão” e, além disso, atribui à inteligência função positiva no ato de conhecer, ou seja, a razão não contém em si mesma, verdades universais como ideias inatas, mas as atinge à vista dos fatos particulares que o intelecto coordena. Concluindo: o intelecto extrai os conceitos ínsitos no real, operando sobre as imagens que o real oferece.
Hessen, um dos adeptos do intelectualismo, lembra que há nele uma concepção metafísica da realidade como condição de sua gnoseologia, que é conceber a realidade como algo de racional, contendo no particularismo contingente de seus elementos, as verdades universais que o intelecto “lê” e “extrai”, realizando-se uma adequação plena entre o entendimento e a realidade, no que esta tem de essencial.
Por fim, devemos citar uma ramificação do racionalismo que alguns autores consideram autônoma, que é o Criticismo.
O criticismo é o estudo metódico prévio do ato de conhecer e dos modos de conhecimento, ou seja, uma disposição metódica do espírito no sentido de situar, preliminarmente o problema do conhecimento em função da relação “sujeito-objeto”, indagando as suas condições e pressupostos. Ele aceita e recusa certas afirmações do empirismo e racionalismo, por isso, muitos autores acreditam em sua autonomia. Entretanto, devemos entender tal posição como uma análise crítica e profunda dos pressupostos do conhecimento.
Seu maior representante, Immanuel Kant, tem como marca a determinação a priori das condições lógicas das ciências. Ele declara que o conhecimento não pode prescindir da experiência, a qual fornece o material cognoscível e nesse ponto coincide com o empirismo. Porém, sustenta também que o conhecimento de base empírica não pode prescindir de elementos racionais, tanto que só adquire validade universal quando os dados sensoriais são ordenados pela razão. Segundo palavras do próprio autor, “os conceitos sem as intuições são vazios; as intuições sem os conceitos são cegas”.
Para ele, o conhecimento é sempre uma subordinação do real à medida do humano.
Conclui-se então, que pela ótica do criticismo, o conhecimento implica sempre numa contribuição positiva e construtora por parte do sujeito cognoscente em razão de algo que está no espírito, anteriormente à experiência do ponto de vista gnosiológico.
B) O Conhecimento Quanto à Essência
Nessa parte do estudo, analisaremos o ponto da Teoria do Conhecimento em que há mais divergências, sendo estas fundamentais pra o pleno conhecimento do assunto, que é o realismo e o idealismo.
• Realismo
Sabendo que a palavra realismo vem do latim res (coisa), podemos conceituar essa corrente como a orientação ou atitude espiritual que implica uma preeminência do objeto, dada a sua afirmação fundamental de que nós conhecemos coisas. Em outras palavras, é a independência ontológica da realidade, ou seja, o sujeito em função do objeto.
O realismo é subdividido em três espécies. O realismo ingênuo, o tradicional e o crítico.
O realismo ingênuo, também conhecido como pré-filosófico, é aquele em que o homem aceita a identidade de seu conhecimento com as coisas que sua mente menciona, sem formular qualquer questionamento a respeito de tal coisa. É a atitude do homem comum, que conhece as coisas e as concebem tais e quais aparecem.
Já o realismo tradicional é aquele em que há uma indagação a respeito dos fundamentos, há uma procura em demonstrar se as teses são verdadeiras, surgindo uma atitude propriamente filosófica, seguindo a linha aristotélica.
Por último, podemos citar o realismo cientifico, que é a linha do realismo que acentua a verificação de seus pressupostos concluindo pela funcionalidade sujeito-objeto e distinguindo as camadas conhecíveis do real como a participação – não apenas criadora – do espírito no processo gnosiológico. Para os seguidores desse pensamento, conhecer é sempre conhecer algo posto fora de nós, mas que, se há conhecimento de algo, não nos é possível verificar se o objeto – que nossa subjetividade compreende – corresponde ou não ao objeto tal qual é em si mesmo.
Há portanto, no realismo, uma tese ou doutrina fundamental de que existe uma correlação ou uma adequação da inteligência a “algo” como objeto do conhecimento, de maneira que nós conhecemos quando a nossa sensibilidade e inteligência se conformam a algo de exterior a nós. De acordo com o modo de compreender-se essa “referibilidade a algo”, bifurca-se o realismo em tradicional e o crítico, que são as duas linhas pertinentes à filosofia.
• Idealismo
Surgiu na Grécia Antiga com Platão, denominado de idealismo transcendente, onde as ideais ou arquétipos ideais representam a realidade verdadeira, da qual seriam as realidades sensíveis, meras copias imperfeitas, sem validade em si mesmas, mas sim enquanto participam do ser essencial. O idealismo de Platão reduz o real ao ideal, resolvendo o ser em ideias, pois como ele já dizia, as ideias são o sol que ilumina e torna visíveis as coisas.
Alguns autores entendem que a doutrina platônica poderia ser vista como uma forma de realismo, pois para eles, o idealismo “verdadeiro” é aquele desenvolvido a partir de Descartes.
O que interessa à Teoria do Conhecimento, é o idealismo imanentista, que afirma que as coisas não existem por si mesmas, mas na medida e enquanto são representadas ou pensadas, de maneira que só se conhece aquilo que se insere no domínio de nosso espírito e não as coisas como tais, ou seja, há uma tendência a subordinar tudo à formas espirituais ou esquemas. No idealismo, que é a compreensão do real como idealidade (o que equivale dizer a realidade como espírito), o homem cria um objeto com os elementos de sua subjetividade, sem que algo preexista ao objeto (no sentindo gnosiológico).
Sintetizando, o idealismo é a doutrina ou corrente de pensamento que subordina ou reduz o conhecimento à representação ou ao processo do pensamento mesmo, por entender que a verdade das coisas está menos nelas do que em nós, em nossa consciência ou em nossa mente, no fato de serem “percebidas” ou “pensadas”.
Dentro dessa concepção existem duas orientações idealistas. Uma é a do idealismo psicológico ou conscienciológico, onde o que se conhece não são as coisas e sim a imagem delas. Podemos conceituá-lo como aquele em que a realidade é cognoscível se e enquanto se projeta no plano da consciência, revelando-se como momento ou conteúdo de nossa vida interior. Também chamado de idealismo subjetivo, este diz que o homem não conhece as coisas, e sim a representação que a nossa consciência forma em razão delas. Seus representantes são Hume, Locke e Berkeley.
A outra é a orientação idealista de natureza lógica, que parte da afirmação de que só conhecemos o que se converte em pensamento, ou é conteúdo de pensamento. Ou seja, o ser não é outra coisa senão ideia.
Seu maior representante, Hegel, diz em uma de suas obras que nós só conhecemos aquilo que elevamos ao plano do pensamento, de maneira que só há realidade como realidade espiritual.
Resumindo: na atitude psicológica, ser é ser percebido e na atitude lógica, ser é ser pensado.
C) Possibilidade do Conhecimento
Essa parte da teoria do conhecimento é responsável por solucionar a seguinte questão: qual a possibilidade do conhecimento?
Para que seja possível respondê-la, muitos autores recorrem a duas importantes posições: o dogmatismo e o ceticismo, os quais veremos abaixo.
• Dogmatismo
É a corrente que se julga em condições de afirmar a possibilidade de conhecer verdades universais quanto ao ser, à existência e à conduta, transcendendo o campo das puras relações fenomenais e sem limites impostos a priori à razão.
Existem duas espécies de dogmatismo: o total e o parcial.
O primeiro é aquele em que a afirmação da possibilidade de se alcançar a verdade última é feita tanto no plano da especulação, quanto no da vida pratica ou da Ética. Esse dogmatismo intransigente, quase não é adotado, devido à rigorosidade de adequação do pensamento. Porém, encontramos em Hegel a expressão máxima desse tipo de dogmatismo, pois, existe em suas obras uma identificação absoluta entre pensamento e realidade. Como o próprio autor diz “o pensamento, na medida em que é, é a coisa em si, e a coisa em si, na medida em que é, é o pensamento puro”.
Já o parcial, adotado em maior extensão, tem um sentido mais atenuado, na intenção de afirmar-se a possibilidade de se atingir o absoluto em dadas circunstâncias e modos quando não sob certo prisma. Ou seja, é a crença no poder da razão ou da intuição como instrumentos de acesso ao real em si.
Alguns dogmáticos parciais se julgam aptos para afirmar a verdade absoluta no plano da ação. Entretanto, outros somente admitem tais verdades no plano especulativo. Daí origina-se a distinção entre dogmatismo teórico e dogmatismo ético.
O dogmatismo ético tem como adeptos Hume e Kant, que duvidavam da possibilidade de atingir as verdades últimas enquanto sujeito pensante (homo theoreticus) e afirmavam as razões primordiais de agir, estabelecendo as bases de sua Ética ou de sua Moral.
Por conseguinte, temos como adepto do dogmatismo teórico, Blaise Pascal, que não duvidava de seus cálculos matemáticos e da exatidão das ciências enquanto ciências, mas era assaltado por duvidas no plano do agir ou da conduta humana.
• Ceticismo
Consiste numa atitude dubitativa ou uma provisoriedade constante, mesmo a respeito de opiniões emitidas no âmbito das relações empíricas. Essa atitude nunca é abandonada pelo ceticismo, mesmo quando são enunciados juízos sobre algo de maneira provisória, sujeitos a refutação à luz de sucessivos testes.
Ou seja, o ceticismo se distingue das outras correntes por causa de sua posição de reserva e de desconfiança em relação às coisas.
Há no ceticismo – assim como no dogmatismo – uma distinção entre absoluto e parcial, ressaltando que este último não será discutido nesse trabalho.
O ceticismo absoluto é oriundo da Grécia e também denominado pirronismo. Prega a necessidade da suspensão do juízo, dada a impossibilidade de qualquer conhecimento certo. Ele envolve tanto as verdades metafísicas (da realidade em si mesma), quanto as relativas ao fundo dos fenômenos. Segundo essa corrente, o homem não pode pretender nenhum conhecimento por não haver adequação possível entre o sujeito cognoscente e o objeto conhecido. Ou seja, para os céticos absolutos, não há outra solução para o homem senão a atitude de não formular problemas, dada a equivalência fatal de todas as respostas.
Um dos representantes do ceticismo de maior destaque na filosofia moderna é Augusto Comte.
Resumo dos principais problemas da Teoria do Conhecimento
  • A questão do conhecimento: Para compreender a si mesmo e o mundo os homens querem entender a sua própria capacidade de entender.
  • Sujeito e objeto: Os dois elementos do processo de conhecimento – Conhecer é representar cuidadosamente o que é exterior à mente. Para que exista conhecimento, sempre será necessária a relação entre dois elementos básicos: Um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos).
  • As possibilidades do conhecimento: O ceticismo prega a impossibilidade de conhecermos a verdade. O dogmatismo defende a possibilidade de conhecermos a verdade.
  • Ceticismo absoluto: Tudo é ilusório e passageiro. Consiste em negar de forma total nossa possibilidade de conhecer a verdade. Assim, o homem nada pode afirmar, pois nada pode conhecer. Ao dizer que nada é verdadeiro, o ceticismo absoluto anula a si próprio, pois diz que nada é verdadeiro, mas acaba afirmando que pelo menos existe algo de verdadeiro.
  • O ceticismo relativo: Nega apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a verdade.
  • Dogmatismo: É uma doutrina que defende a possibilidade de conhecermos a verdade. Dogmatismo ingênuo: Consiste em acreditar plenamente nas possibilidades do nosso conhecimento.
  • Dogmatismo crítico: Acredita em nossa capacidade de conhecer a verdade mediante um esforço conjugado de nossos sentidos e nossa inteligência.
  • Empirismo: Defende que todas as nossas ideias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, olfato e paladar).
  • Racionalismo crítico e materialismo dialético: A experiência e o trabalho da razão depositam total e exclusiva confiança na razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade.
Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a adequação da inteligência com a coisa.  Com a experiência da verdade, há consequentemente a existência da certeza, que é passar a inteligência à verdade conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na verdade conhecida. Metodologicamente, há primeiro o conhecimento, depois a verdade, e finalmente a certeza. Tal tomada de posição perante o primeiro problema da crítica é chamado dogmatismo. Sendo defendida por filósofos realistas, como por exemplo: Aristóteles e Tomás de Aquino.
Se, ao contrário, se sustentar que a inteligência permanece, em tudo e sempre, sem nada afirmar e sem nada negar, sem admitir nenhuma verdade e nenhuma certeza, sendo a dúvida universal e permanente o resultado normal da inteligência humana, está se defendendo o ceticismo.
O problema crítico representa um passo além do dogmatismo e do ceticismo. Uma vez que admite-se a existência da verdade (valor do conhecimento), e da certeza, pergunta-se então: Onde estão as coisas: Só na inteligência? Só na matéria? No intelecto humano e na matéria? Ou só na razão? (Como dizem os grandes filósofos – idealistas, racionalistas e realistas).

Para o idealismo o ente transcendental compõe-se somente de ideias. Para o materialismo, somente matéria. Para o realismo, ideias e matéria. Para o racionalismo, é razão. A crítica é a base necessária de todo o saber cientifico e filosófico, inclusive da própria ontologia.